15 de março – Padroeira do Serviço Social e das Assistentes Sociais “De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de nós lhe disser ‘Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos’, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras é morta em si mesma” (Tg. 2, 14 – 17). A igreja honra em seus santos e santas a manifestação do Espírito Santo e o derramamento de Seus Dons e Carismas das mais diversas formas. São os heróis da fé que viveram na esperança e manifestaram totalmente a caridade ou o amor de Cristo nos irmãos. A Nossa Santa A França do final do século XVI foi palco de uma das épocas mais tristes de sua história. A Guerra Civil de 1590 trouxe aos franceses miséria, fome, calamidades, doenças e epidemias. Pobres e ricos, grandes e pequenos, todos sofriam com a situação. A luta pela sobrevivência levou os habitantes de Paris a buscarem formas alternativas de alimentação, nem sempre salubres: ervas, ratos, etc. A história registra que mais de 50.000 pessoas morreram de inanição. A família Marillac, de linhagem nobre da alta Alvérnia, região montanhosa central da França, tinha como representante o ilustre Luis de Marilac. No ano de 1590, Luis de Marillac, que era viúvo e sem filhos, casou-se com Margarida Le Camus. No dia 12 de agosto de 1591 nasce Luísa de Marillac, menina de saúde frágil que necessitava de muitos cuidados. Dona Margarida não resiste aos difíceis trabalhos de parto e vem a falecer horas depois. Inconsolável, Luis toma sua menina nos braços e com ela partilha sua dor e seu amor. Com o passar dos anos, Luis, sentindo o peso da solidão e desejando melhores cuidados para Luiza, aceita casar-se com a irmã de Margarida, que havia ficado viúva e com quatro filhos. Tia Antonieta, não querendo ter trabalho com Luíza, convence Luís a levá-la aos cuidados das irmãs dominicanas. Lá, nossa menina foi educada na fé e era na leitura da vida dos santos que encontrava consolo. A situação econômica do Sr. Luis estava, como a de toda França, bastante comprometida e, para evitar gastos, Luíza é tirada do convento e levada aos cuidados de uma viúva: lá a pensão era mais barata. Luiza é instruída pela viúva e dona da pensão, sendo sempre obediente e zelosa, tanto nos estudos como nos trabalhos. Foi nesse período que sentiu em seu coração o desejo de se tornar religiosa. Frei Honório argumentou que sua saúde frágil não suportaria os rigores disciplinares de um mosteiro. Um golpe de dor! Luíza perde seu pai no início da adolescência. Miguel, o irmão de Luís, passou a ser seu tutor e levou Luiza para morar em seu palácio. Tudo era muito luxuoso e requintado. Luíza, apesar de amar seu tio, sentia-se constrangida em meio a tanto luxo. Houve uma grande festa na corte, um banquete dos mais luxuosos. A jovem Luíza encantava a todos com sua simplicidade e beleza. Antônio Le Grás, nobre cavalheiro, apaixonou-se por ela. Antônio procura o senhor Miguel e expõe suas intenções de casamento com Luíza. Nossa jovem, apesar de desejar seguir a vida religiosa, aceita a proposta e casamento para agradar seu tio. Luísa tinha 22 anos quando casou-se com Antônio Le Grás, na igreja de São Gervásio em Paris. Logo em seguida, no ano seguinte, nasce o 1º filho do casal e recebe o nome de Miguel Antônio. A Sra. Luíza é toda dedicação ao seu amado esposo, ao seu filho, a casa, e também sempre encontrava tempo para os pobres e desvalidos. Antônio viajava muito a serviço e Luíza era sempre incansável em visitar os doentes, lavar suas chagas e levar alimentos, roupas e tudo o que fosse necessário. Certo dia, após longa viagem, Antônio trouxe para casa, depois de consultar sua esposa, os 7 filhos de um casal de parentes que tinham falecido. O Sr. Le Grás adoece gravemente, sendo obrigado a abandonar o trabalho na corte; Luiza assume todas as responsabilidades da casa e dos negócios do marido. Outro golpe de dor! O Sr. Antônio Le Grás falece, com 45 anos de idade, no dia 21 de dezembro de 1625. Luíza fica viúva com 34 anos. A Missão Aconselhada pelo bispo de Belley, conheceu o Pe. Vicente de Paulo, homem de aspecto rude, modos simples porém de caráter firme e bondade extremada. “Jamais devemos perder de vista o divino modelo! É preciso ver Jesus Cristo no pobre, e ver no pobre a imagem de Cristo!” Foi o primeiro conselho de Pe. Vicente a Luíza de Marillac. Luiza encantava-se com a vida e missão de Vicente de Paulo. Seu filho Miguel Antônio inicia estudos no seminário e ela vai morar numa casa alugada. Luíza vai ao encontro das damas nobres da sociedade e com elas vai formando um grande exército de voluntárias. Foi nesse período que Pe. Vicente e Luíza fundaram as confrarias da caridade. Luiza passou a orientá-las sob a direção de Pe. Vicente. Muitas jovens desejavam unir-se as damas das confrarias da caridade. Luiza acolhia e instruía a todas, em sua casa na rua São Vitor. Em novembro de 1633, Pe. Vicente dá um novo sentido as damas. Inicia-se assim a companhia das filhas da caridade, fazendo votos de pobreza, obediência e castidade. As filhas da caridade visitavam os presos, atendem os idosos desamparados, crianças abandonadas, etc; o campo de ação era vastíssimo. Sabe-se que o estado sanitário do povo naquela época era precário. As pestes e epidemias eram freqüentes e mortais. As filhas da caridade eram só dedicação aos mais sofridos. As crianças abandonadas eram levadas por Luiza para os cuidados em famílias ricas. Luiza iniciou um processo de guarda e futuras adoções para uma infinidade de órfãos. Luíza visitava as casas para conhecer a realidade dos futuros pais das crianças. Luiza de Marillac, incansável guerreira do amor e da caridade, fez da sua vida um peregrinar pelas ruas de Paris e do mundo, sempre amparando, alimentando, instruindo e confortando os menos favorecidos. Seu filho tornou-se advogado sempre trabalhando para o bem comum. As filhas da caridade estão espalhadas pelo mundo inteiro, servindo em hospitais, asilos, escolas, abrigos para menores, sanatórios, etc. Sempre levando o amor e o testamento de São Vicente de Paulo e Santa Luíza de Marillac. No dia 15 de março de 1660, com 69 anos, Luiza de Marillac despede-se de suas irmãs e de sua vida dizendo: “Sejam muito cuidadosas, minhas filhas, com serviço aos pobres.” São Vicente, já muito idoso, não pôde comparecer ao enterro de Santa Luiza. Ele veio a falecer em 27 de setembro do mesmo ano. “Sabeis que os pobres são os nossos senhores e mestre e que devemos amá-los com ternura e respeitá-los profundamente” Santa Luiza de Marillac. Que o exemplo de amor e doação de Luiza de Marillac nos inspire na prática do bem e nos ajude a alcançar a bem-aventurança. Santa Luiza escolheu defender a vida desde a concepção acolhendo mães solteiras e gestantes pobres, até enfermos e idosos!
Escolhe, pois, a vida você também!
Paz e Bem!
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