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terça-feira, 31 de maio de 2011

São Vicente de Paula

São Vicente de Paulo fundador dos Lazaristas e das Irmãs de Caridade, é um dos grandes santos franceses. Nasceu em 1580 em Ranquine, Gasconha, França. Após estudar com os franciscanos em Dax, ele foi ordenado em 1600 e foi para a Universidade de Toulouse. Cinco anos mais tarde ele estava viajando de barco quando o mesmo foi capturado por piratas e ele foi tomado como escravo. Após dois anos na escravidão ele escapou chegando a Roma e depois alcançou Paris. Ali ele ficou sob a direção influencia do Cardeal Pierre de Berulle .Vicente se dedicou completamente a caridade e se distinguiu na paroquia de Clichy. Ele fundou confrarias de homens e mulheres que ajudavam os pobres e grande número de doentes. Essencial para os seus esforços era a doação feita pelos ricos nobres que tornavam possível a fundação de hospitais e orfanatos. Em 1625 Vicente fundou a Conferencia  das Missões, chamada de Lazaristas ou Vicentinos, uma sociedade de padres com treinamento para pregar junto aos pobres. Em 1633 com Santa Luiza de Marilac (festa 28 de abril) ele fundou a Ordem das Irmãs de Caridade, a primeira congregação de freiras que podia cuidar de pobres e doentes fora do convento. Durante a sua vida, os Lazaristas aumentaram muito em número e espalharam-se pelo mundo inteiro. Em 1643 Vicente foi nomeado para o conselho do "Consciente da Rainha Ana da Áustria", regente do Rei Luiz XIV e ele foi responsável para organizar uma trégua durante a guerra de Fronde que varreu a França de 1648 a 1653. Após longos anos de serviços aos pobres Vicente ficou sendo a consciência do reino, mas ele tinha a oposição dos ricos, que facilmente se esqueciam dos pobres. Ele morreu em Paris em 27 de setembro de 1660 e foi canonizado pelo papa Clemente VII em 1737. Corpo incorrupto, até hoje.
Sua festa é celebrada no dia 27 de setembro.
Não existe um homem com mais facetas que Vicente de Paulo. Ele é tido por quase todos com o organizador da caridade, que embora exercida por vários, era usualmente mal organizada e falha para gerar um resultado satisfatório. Ele revolucionou os hospitais da França. Embora pouco tempo antes, São Camilo de Lellis havia fundado uma Ordem de Enfermeiros masculinos na Itália, este era um trabalho que poderia ser mais bem feito por mulheres. E foi Vicente que colocou os hospitais com uma base sistematizada, iniciou o tratamento humano dos lunáticos e ainda foi ele  quem descobriu que os menos afortunados eram confinados em São Lazaro. Ele ainda tomou conta do problema da mendicância, tomou conta da prisão de Salpetriere onde ele cuidava dos escravos das galeras e durante a Guerra dos Trinta Anos e os distúrbios de Fronde ele enviou as Irmãs de Caridade para agirem como enfermeiras nas forças armadas ( hoje um efetivo comum em quase todos os paises).  Na verdade São Vicente atuou ou influenciou quase todas as atividades de caridade. 
No Brasil existem várias Conferências Vicentinas que tem o nome de Sociedade São Vicente de Paulo ( SSVP) e em geral ajudam muito os pobres, velhos e crianças da sua cidade.
Estas Conferencias foram fundadas pelo Beato Antonio Frederido Ozanam em Paris, em 1833, inspirado em São Vicente de Paulo. Ele foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1997, festa celebrada no dia 9 de setembro.
Os Vicentinos tem mais de 122.000 membros só na America e mais de 1.500.000 ao redor do mundo, em 147 paises. No Brasil temos 250.744 confrades na ultima contagem em 2010.A maior Conferencia seria a de New Orleans com 800 membros.
No Brasil, uma delas na cidade de Piumhi, MG está fazendo mais de 100 anos de ajuda aos pobres. Durante vários anos no século passado a Sociedade São Vicente de Paulo de Piumhi, foi dirigida por Dario de Melo, homem de exemplar caráter, que tivemos   a honra de conhecer, e que conseguiu o sucesso que a  Sociedade tem naquela cidade.  
 
Raríssima foto de Dario de Melo com o seu amigo de muitos anos e confrade vicentino o Sr Bernardino Polcaro. Cumpre salientar que o povo piumhiense soube agradecer, pois hoje naquela cidade existe uma linda avenida chamada Avenida Dario de Melo.
Na foto da direita a Vila Vicentina em janeiro de 1969 com 40 casinhas,  capela e refeitório! Na foto a cores alguns anos mais tarde-1971-bem mais completa, com passeio e calçada. Estão de parabens os confrades piumhienses! 
Mais informações sobre São Vincente pode ser encontrada em:

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Corpo incorrupto e intacto de Santa Luiza de Marillac

Fundadora da Companhia das Filhas da Caridade, conhecidas tambêm como Damas da pobresa.

Santa Luísa de Marillac foi dirigida espiritual e grande cooperadora de São Vicente. Desempenhou, em relação a ele, papel análogo ao de Santa Joana de Chantal junto a São Francisco de Sales.
Ela é patrona de todas as Obras Sociais.
Uma outra Santa que passara na sua Congregação foi Santa Bernadete Soubirous.

Reflexão sobre Santa Luiza de Marillac

O ESPÍRITO DE SANTA LUÍSA DE MARILLAC
1660 foi um ano de grandes lutos para a Família Vicentina. O Pe. Antoine Portail, primeiro Coirmão de São Vicente de Paulo e primeiro Diretor das Filhas da Caridade, morreu em fevereiro. Santa Luísa de Marillac, sua colaboradora e amiga, morreu em março. Ele mesmo morrerá em setembro. Embora o nome e a imagem de São Vicente fossem universalmente reconhecidos, já no século XVII, o nome e a imagem de Santa Luísa parecem apagar-se completamente. Só em 1933  ela sairá definitivamente da sombra de São Vicente, para retomar seu lugar ao lado dele, não só como Fundadora das Filhas da Caridade, mas ainda como uma mulher de hoje. Por suas ações e suas palavras, foi capaz de despertar em cada um, em cada uma de nós, o conhecimento de seu próprio valor.
Quem foi Luísa de Marillac no século XVII?
Em maio de 1629, São Vicente de Paulo envia a jovem viúva que tinha encontrado uns anos antes, para que vá visitar as Confrarias de Caridade, que tinham começado tão bem mas que, depois de um tempo, perdiam o zelo do início. Bem que precisavam reencontrar o entusiasmo de sua origem. Para São Vicente, ninguém estava mais bem qualificado para isso que Santa Luísa de Marillac. Ela deu conta dessa missão de modo notável e São Vicente se alegrou com o sucesso dela.
Quando Santa Luísa encontrou São Vicente, no final de 1625 ou no início de 1626, o marido dela acabara de morrer, depois de uma longa e penosa doença. Ficara sozinha com um filho difícil de 12 anos e com dificuldades econômicas. Era uma mulher frágil que procurava seu caminho. São Vicente a acompanhou. Pouco a pouco, percebeu, por trás das aparências de dúvida, hesitação e ansiedade, um mulher forte, dotada de dons excepcionais, capazes de fazer dela a “líder” que ele buscava para colaborar com ele em suas obras de caridade.
Esse envio em missão de maio de 1629 não foi senão o começo de uma amizade e uma colaboração que transformaria a vida consagrada feminina e o serviço dos mais necessitados na França e além de suas fronteiras e que continua até nossos dias no mundo inteiro. E no meio de todas essas transformações encontramos a figura de Santa Luísa de Marillac. Ela percebeu imediatamente a necessidade de agrupar em comunidade aquelas moças da zona rural que estava formando, a pedido de São Vicente, para trabalhar com as Senhoras da Caridade no serviço dos pobres doentes em seus domicílios. Num mesmo impulso, fundou as Filhas da Caridade e construiu uma ponte sobre o abismo que separava os ricos e poderosos dos camponeses e dos pobres e separava os homens das mulheres. Com São Vicente de Paulo e as primeiras Filhas da Caridade, criou uma vasta rede de caridade que não excluía ninguém.
São Vicente de Paulo tinha uma visão muito ampla das necessidades dos Pobres. Santa Luísa tinha capacidade da organização, atenção aos pormenores, audácia e criatividade para transformar aquela visão em realidade. Basta considerar a obra das crianças abandonados pelas ruas ou nas portas das igrejas (ela se apaixonou por essa obra, sem dúvida por causa de seu próprio nascimento como “filha natural”) e a obra do Asilo do Santo Nome de Jesus para pessoas idosas, para reconhecermos a verdade desta afirmação.
Por que ela desaparece?
Dado o que acabamos de dizer sobre a colaboração estreita e frutuosa entre São Vicente e Santa Luísa tanto na fundação das Filhas da Caridade como no desenvolvimento das obras de caridade que atendiam a toda a gama das necessidades dos mais pobres, ficamos um pouco espantados com o desaparecimento quase total de Santa Luísa de Marillac. Mesmo depois de sua canonização em março de 1934 (dois séculos depois da de São Vicente de Paulo) e durante a celebração, em 1960, do terceiro centenário da morte deles, mal se falou dela.
A resposta sobre esse desaparecimento é dupla. De um lado, houve o esforço para glorificar São Vicente de Paulo e fazê-lo canonizar o mais rápido possível, depois da sua morte, como o grande apóstolo da Caridade. Nesse projeto, havia lugar para as Filhas da Caridade  mas como filhas de São Vicente de Paulo. Mas não havia lugar para uma colaboradora que tinha dado carne e osso às ideias dele. Por isso, não se falava dela e ainda menos de suas contribuições. Devemos, entretanto, reconhecer que, durante sua vida, Santa Luísa de Marillac jamais buscou aparecer na frente de nada. Ele mesma nos diz:
“Ao nascer em pobreza e abandono dos homens, Nosso Senhor ensina-me a pureza de seu amor (…) Disso aprenderei a manter-me oculta em Deus, com o desejo de servi-lo sem buscar, para coisa alguma, o testemunho dos homens e a satisfação de sua comunicação, contentando-me com que Deus veja o que quero ser para ele: para tal finalidade, quer que me entregue a ele, a fim de realizar em mim esta disposição: assim o tenho feito, por sua graça” (Santa Luísa de Marillac, Correspondência e Escritos. Trad. da Irmã Lucy Cunha. Ribeirão Preto, Editora Legis Summa, s. d.; p. 812).
A segunda razão é mais complexa. No interior da Companhia das Filhas da Caridade, houve aparentemente uma reticência, mesmo uma certa recusa de fazer andar a causa de canonização de uma fundadora “filha natural.” Acabaram por fazer os trâmites necessários, mas sem grandes entusiasmos. Se é verdade que os Santos têm seus momentos, o de Santa Luísa de Marillac ainda não tinha chegado. Para isso foi necessário esperar a década de 1980.
Por que ela reaparece?
Se, em 1983,  Santa Luísa de Marillac saiu enfim da sombra, foi porque o terreno fora preparado desde 1958, pela publicação da biografia escrita por Mons. Jean Calvet, intitulada Santa Luísa de Marillac por ela mesma. Retrato. Nesse livro, o autor fala publicamente e pela primeira vez das circunstâncias do nascimento dela, dos acontecimentos dramáticos, por vezes traumatizantes, de sua infância e juventude e de uma vida marcada por momentos fugazes de felicidade e por sofrimentos sempre muito próximos. Seu objetivo era a “verdade, companheira da santidade”. Reconheceu a tendência de Santa Luísa de caminhar na “trilha” de São Vicente de Paulo e “como sua sombra”. Calvet queria “ter ressaltado a originalidade dela e posto em relevo sua grandeza própria” como “uma das glórias mais puras das mulheres francesas” (Calvet, p. 8-9).
Faltava ainda a convergência de dois outros elementos significativos: o movimento de Promoção da Mulher e a reflexão do Concílio Vaticano II sobre a dignidade da pessoa humana (Constituição Gaudium et Spes) para que reaparecesse a verdadeira Luísa de Marillac. O momento propício só chegará em 1983. Nesse ano, apareceu a nova edição da Correspondência e [dos] Escritos de Santa Luísa de Marillac. Graças a uma apresentação mais acessível, a uma nova classificação, a numerosas notas e a um índice pormenorizado, descobriu-se, sobretudo através de suas cartas às Irmãs, uma mulher cativante, cheia de humanismo, atenta a cada ser humano em todas as suas dimensões.
O que Santa Luísa oferece ao mundo de hoje?
O aparecimento da Correspondência e dos Escritos apresentou a “verdadeira” Santa Luísa ao mundo de fala francesa. As traduções que logo apareceram em muitas línguas espalharam sua fama pelo mundo inteiro. Mas que retrato nos dão dela? Essa mulher livre e forte de seu tempo, o que ela oferece precisamente para os homens e as mulheres do século XXI?
O mundo mudou desde a época de Santa Luísa de Marillac, mas, mesmo passados alguns séculos, ela traz para este mundo dominado pela tecnologia valores universais e duradouros e o calor nas relações humanas. Trezentos e cinquenta anos depois de sua morte, alguns desses valores têm uma importância particular para a Família Vicentina, a saber:
O papel da mulher
Mulheres do povo: Muito antes que se começasse a falar disso, Santa Luísa procurou melhorar a situação das mulheres simples do povo: possibilidade de viver uma nova forma de vida consagrada; formação humana, espiritual e profissional; preparação para a responsabilidade de serem educadoras das crianças expostas; professoras de escolas para meninas pobres; cuidadoras dos doentes e dos abandonados.
“Deveis ser muito reconhecidas pelas graças que Deus vos concedeu, colocando-vos em condição de prestar-lhe tão grandes serviços”  (Escritos, p. 309).  “Não tenhais medo” (Escritos, p.   951).
Mulheres da burguesia e da nobreza: Santa Luísa de Marillac estava bem situada para fazer a ligação entre as pessoas simples que eram as Filhas da Caridade e as Senhoras da Caridade que eram da alta sociedade. Isto, porque, como uma “de Marillac”, tinha seu lugar nesse meio, embora tivesse escolhido viver em comunidade com mulheres do povo. Enquanto formava as primeiras Filhas da Caridade para o serviço dos Pobres, muitas vezes em colaboração com as Senhoras da Caridade, seu papel junto delas, na maior parte do tempo, era de animação. Tentava, por suas palavras e seu modo de agir, abri-las ao respeito de cada pessoa, ajudá-las a discernir sob as aparências a dignidade das pessoas pobres, a respeitá-las e a trabalhar em pé de igualdade com as Filhas da Caridade.
“(…) as Senhoras [da Caridade] reconheceram as necessidades dos Pobres e (…)  Deus lhes deu a graça de socorrê-los de modo muito caridoso e magnificamente. (…) Os meios de que essas caridosas Senhoras se serviram para organizar suas distribuições não foram suas santas assembléias… [mas] fornecendo pessoas fiéis e caridosas para constatarem as verdadeiras necessidades e fornecer-lhes prudentemente, o que serviu não só no corporal mas também no espiritual” (Reflexões de Santa Luísa de Marillac, Documentos,  p. 788 da ed. francesa).
Redes de caridade
Santa Luísa de Marillac jamais quis imaginar que o serviço dos Pobres fosse reservado a um grupo particular. Para ela, a diversidade e a extensão das necessidades requeriam uma vasta rede de colaboração: mulheres e homens, Senhoras da Caridade, Padres e Irmãos da Congregação da Missão, Filhas da Caridade, Administração Municipal.
Para assegurar um serviço eficaz, esta colaboração tinha suas exigências. Primeiro, uma obra de colaboração vicentina exige de cada um a vontade de reconhecer e aceitar a personalidade do outro com suas qualidades e seus defeitos.
“Renovai-vos no espírito de união e cordialidade (…) O exercício da caridade (…) nos leva a não ver as faltas alheias com azedume, mas a desculpá-las sempre, humilhando-nos”  (Escritos, p. 357).
Em segundo lugar, tal colaboração pede a todos o respeito mútuo, a capacidade de acolher a palavra do outro, sabendo também expressar-se. “Apresentai humildemente, fortemente e com mansidão e brevidade vossas razões” (Ecrits, p. 141).
Finalmente, o serviço dos pobres nunca será vicentino, se não se caracterizar pelo calor humano, pelas qualidades femininas de que Santa Luísa fala tão frequentemente e de que é modelo em sua própria vida: compaixão, ternura, mansidão, numa palavra, AMOR.
“Sede muito afáveis e bondosas com os vossos Pobres. Sabeis que são nossos amos, a quem devemos amar com ternura e respeitar profundamente. Não basta ter isso na memória, mas devemos demonstrá-lo por nossos serviços caridosos e afáveis” (Escritos, p. 365).
Perguntas para a reflexão pessoal e nos grupos
  1. O que existe, nas palavras e no exemplo de Santa Luísa de Marillac que toque você pessoalmente, que seja um desafio para você?
  2. Você pensa que seja útil desenvolver a colaboração vivida por Santa Luísa de Marillac entre os diferentes grupos da Família Vicentina? Que inconvenientes acha que existem? Que vantagens? Como pensa que se possa viver atualmente essa colaboração?
Reflexão por Irmã Elisabeth Charpy, FC, da província da Paris e Irmã Louise Sullivan da província da Albany  dos Estados Unidos
Tradução por Lauro Palú, CM, Província do Rio de Janeiro

quinta-feira, 26 de maio de 2011

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II ÀS IRMÃS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO

11 de Janeiro de 1980
 Minha Reverenda Madre
Minhas Irmãs
Imaginai comigo que São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac — os vossos dois fundadores, tão unidos na sua paixão evangélica de servir os pobres, Santos que voltaram para o Senhor com poucos meses de intervalo um do outro, há mais de três séculos — imaginai que se encontram presentes nesta reunião de família. Mas estão deveras connosco embora misteriosamente. Permiti-me que lhes dê a palavra, tornando-me eu intérprete apenas.
Enquanto vós continuais os trabalhos da Assembleia geral da Companhia, aqueles que venerais como vosso Pai e vossa Mãe querem, primeiro que tudo, confirmar-vos na consciência da actualidade da vocação que tendes. O calor da caridade é com certeza aquilo de que os homens mais precisam hoje, como sempre aliás. Certamente que as misérias sociais do século XVII e da época da Fronda estão já bem longe. Mas «tendes sempre pobres convosco». Quem nos dará estatísticas  exactas sobre a pobreza real em cada país e à escala do mundo inteiro? São muitas vezes publicados números relativos ao comércio, à agricultura, à indústria, aos bancos, aos armamentos, etc. Mas, na época dos «computers», sabemos porventura quais os números exactos dos analfabetos, das crianças abandonadas, dos subalimentados, dos cegos, dos doentes, dos lares desunidos, dos presos, dos marginalizados, das prostitutas, dos desempregados, das pessoas que vivem nos bairros de lata ou favelas do mundo inteiro? Caras Irmãs, não tenhais olhos nem coração senão para os pobres, como «monsieur Vincent» e «Mademoiselle Legras». E para vos estimulardes mais — se necessário fosse! — considerai que vos dizem:
Contemplai Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvi-O repetir-vos qual o sentido da Sua missão: O Espírito do Senhor está sobre Mim… Ungiu-Me para anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação aos cativos, fazer recobrar aos cegos a vista, e mandar em liberdade os oprimidos… (Lc 4, 18) É verdade, o Evangelho apresenta-nos quase sempre Cristo entre os pobres. É o meio em que decorre a Sua vida.
Parece-me igualmente que estes dois grandes Santos da caridade vos impelem, com ternura e firmeza, a que defendais e desenvolvais a vossa entrega radical a Jesus Cristo, segundo as promessas que renovais cada ano a 25 de Março. A castidade, por causa de Cristo e do Evangelho, é dessa entrega o sinal mais profundo. E longe de ser alienação da pessoa, é admirável promoção das capacidades e necessidades de maternidade, inerentes a toda a mulher. Vós sois mães. Colaborais na protecção, na orientação, desenvolvimento, na cura e no encerramento em paz de tantas vidas humanas, tanto no plano físico como no moral e religioso. O vosso celibato consagrado vede-o sempre como caminho de vida até aos outros, e revelai este segredo às jovens que hesitam em enveredar pelo caminho que vós seguistes. Amai não somente os pobres, amai também serdes vós mesmas pobres, em espírito e em actos. São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac disseram mais com o serviço concreto dos pobres — dia e noite —, do que fariam com extensos tratados sobre a pobreza. Do mesmo modo São Francisco de Assis foi mais eloquente despojando-se do seu vestuário, do que se publicasse uma revista periódica sobre o desapego dos bens terrenos. E Charles de Foucauld mais enriqueceu com o seu sorriso e a sua bondade o ambiente dos pobres, do que se desse à imprensa a autobiografia de jovem oficial convertido, que escolheu estar no último lugar e entre os pobres. Poder-se-ia recordar também que o meu veneradíssimo predecessor Paulo VI, pondo de parte o uso da tiara, fez um gesto que não acabou de dar os seus frutos na Igreja.
Vós ouvis, por último, instar convosco os vossos dois modelos devida para que não deixeis que se apague o espírito de dependência, quando cada pessoa tanto tende hoje para se reservar um espaço livre em que não dependa de ninguém, para melhor se entregar à imaginação e fantasia. A obediência religiosa, bem o sabeis, é sem dúvida o mais agudo dos três cravos de ouro que prendem à vontade de Jesus os seus imitadores e as suas imitadoras. É lá possível contemplar alguém a cruz do Senhor Jesus sem se conformar ao Seu mistério de obediência ao Pai? Sejam os superiores religiosos, humanos e compreensíveis, é dever que têm. Mas sejam também os súbditos cada vez mais adultos e responsáveis, de maneira que aprofundem e vivam o valor de oblação da obediência.
Numa palavra, os vossos fundadores dizem-vos, como a todas as vossas companheiras: «Estai no mundo, sem nunca vos deixardes contaminar pelo espírito do mundo de que fala São João». Sabeis que o sal, se ficar insosso, não há com que temperar. E o que brilha é a pureza do cristal.
A vós, minha Reverenda Madre, que fostes agora reeleita, sinto especial alegria dirigir os meus votos de frutuoso serviço da Compa­nhia. As Capitulares, a quem agradeço a visita, e a todas as Irmãs da Caridade, que servem a Cristo nos Seus pobres no mundo inteiro — sem esquecer o serviço muito apreciado que prestam no Vaticano —, concedo a minha afectuosa Bênção Apostólica

quarta-feira, 25 de maio de 2011

ORAÇÃO DE SANTA LUIZA DE MARILLAC


Santa Luiza de Marillac, que tanto conhecestes o sofrimento das imposições da família, privando-vos da liberdade de viver vossa verdadeira vocação para fazer-vos casar-se e assim sofrestes as amarguras das dificuldades em todos os sentidos, intercedei junto a Deus para que os pais de nossos jovens saibam respeitar a vocação que cada um traz dentro de si, dentro da dignidade e do direito que Deus lhes confere. 
Santa Luiza de Marillac, que fostes agraciada com a amizade de dois famosos sacerdotes pela santidade em que viveram, São Francisco de Sales e São Vicente de Paulo, os quais nos momentos mais importantes de vossa vida, apontaram-vos uma grande luz quando vos sentíeis "no fim do túnel" e pudestes viver vossa vocação de auxiliadora dos infelizes pobres e doentes e fundastes com São Vicente de Paulo o primeiro núcleo das Filhas da Caridade, rogai por nós, para que não vivamos uma vida centrados em nós mesmos e sim, nas necessidades tão frequentes de nossos irmãos que sofrem. 
Por Cristo Nosso Senhor. 
Amém.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ladainha de Santa Luiza de Marillac

Senhor, tende piedade de nós,
Jesus Cristo, tende piedade de nós,
Senhor, tende piedade de nós,
Jesus Cristo, ouvi-nos,
Jesus Cristo, atendei-nos.

Pai Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São Vicente de Paulo, rogai por nós.

Santa Luiza, rogai por nós.
Santa Luisa, gloriosa Fundadora das Irmãs de Caridade.
Santa Luisa, mãe nossa dulcíssima,
Santa Luisa, de Deus muito amada,
Santa Luisa, abrasada no amor de Deus.

Santa Luisa, amantíssima de Jesus Sacramentado.
Santa Luisa, devotíssima de Jesus e Maria,
Santa Luisa, animada de grande amor aos pobres,
Santa Luisa, serva infatigável dos pobres.
Santa Luisa, mulher forte, felizmente encontrada,
Santa Luisa, de admirável coragem na enfermidade.

Santa Luísa, constantíssima nos jejuns e orações.
Santa Luísa, dotada de inviolável obediência,
Santa Luisa, resplandecente na pobreza e humildade,
Santa Luisa, mestra formada no silêncio do retiro,
Santa Luisa, de mãos inocentes e coração puro,
Santa Luisa, modelo de todas as virtudes,
Santa Luísa, admiravelmente ornada de boas obras,
Santa Luísa, querida de Deus e dos homens,
Santa Luísa, coroada de honra e glória,
Cordeiro de deus, que tirais os pecados do mundo,
perdoai-nos Senhor,

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
ouvi-nos Senhor,

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
tende piedade de nós.

Retirada do site: http://afamiliacatolicaoracoes.blogspot.com

EDITAL DE ABERTURA DE CURSOS

Edital

domingo, 1 de maio de 2011

A história de Santa Luiza de Marillac

15 de março – Padroeira do Serviço Social e das Assistentes Sociais “De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de nós lhe disser ‘Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos’, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras é morta em si mesma” (Tg. 2, 14 – 17). A igreja honra em seus santos e santas a manifestação do Espírito Santo e o derramamento de Seus Dons e Carismas das mais diversas formas. São os heróis da fé que viveram na esperança e manifestaram totalmente a caridade ou o amor de Cristo nos irmãos. A Nossa Santa A França do final do século XVI foi palco de uma das épocas mais tristes de sua história. A Guerra Civil de 1590 trouxe aos franceses miséria, fome, calamidades, doenças e epidemias. Pobres e ricos, grandes e pequenos, todos sofriam com a situação. A luta pela sobrevivência levou os habitantes de Paris a buscarem formas alternativas de alimentação, nem sempre salubres: ervas, ratos, etc. A história registra que mais de 50.000 pessoas morreram de inanição. A família Marillac, de linhagem nobre da alta Alvérnia, região montanhosa central da França, tinha como representante o ilustre Luis de Marilac. No ano de 1590, Luis de Marillac, que era viúvo e sem filhos, casou-se com Margarida Le Camus. No dia 12 de agosto de 1591 nasce Luísa de Marillac, menina de saúde frágil que necessitava de muitos cuidados. Dona Margarida não resiste aos difíceis trabalhos de parto e vem a falecer horas depois. Inconsolável, Luis toma sua menina nos braços e com ela partilha sua dor e seu amor. Com o passar dos anos, Luis, sentindo o peso da solidão e desejando melhores cuidados para Luiza, aceita casar-se com a irmã de Margarida, que havia ficado viúva e com quatro filhos. Tia Antonieta, não querendo ter trabalho com Luíza, convence Luís a levá-la aos cuidados das irmãs dominicanas. Lá, nossa menina foi educada na fé e era na leitura da vida dos santos que encontrava consolo. A situação econômica do Sr. Luis estava, como a de toda França, bastante comprometida e, para evitar gastos, Luíza é tirada do convento e levada aos cuidados de uma viúva: lá a pensão era mais barata. Luiza é instruída pela viúva e dona da pensão, sendo sempre obediente e zelosa, tanto nos estudos como nos trabalhos. Foi nesse período que sentiu em seu coração o desejo de se tornar religiosa. Frei Honório argumentou que sua saúde frágil não suportaria os rigores disciplinares de um mosteiro. Um golpe de dor! Luíza perde seu pai no início da adolescência. Miguel, o irmão de Luís, passou a ser seu tutor e levou Luiza para morar em seu palácio. Tudo era muito luxuoso e requintado. Luíza, apesar de amar seu tio, sentia-se constrangida em meio a tanto luxo. Houve uma grande festa na corte, um banquete dos mais luxuosos. A jovem Luíza encantava a todos com sua simplicidade e beleza. Antônio Le Grás, nobre cavalheiro, apaixonou-se por ela. Antônio procura o senhor Miguel e expõe suas intenções de casamento com Luíza. Nossa jovem, apesar de desejar seguir a vida religiosa, aceita a proposta e casamento para agradar seu tio. Luísa tinha 22 anos quando casou-se com Antônio Le Grás, na igreja de São Gervásio em Paris. Logo em seguida, no ano seguinte, nasce o 1º filho do casal e recebe o nome de Miguel Antônio. A Sra. Luíza é toda dedicação ao seu amado esposo, ao seu filho, a casa, e também sempre encontrava tempo para os pobres e desvalidos. Antônio viajava muito a serviço e Luíza era sempre incansável em visitar os doentes, lavar suas chagas e levar alimentos, roupas e tudo o que fosse necessário. Certo dia, após longa viagem, Antônio trouxe para casa, depois de consultar sua esposa, os 7 filhos de um casal de parentes que tinham falecido. O Sr. Le Grás adoece gravemente, sendo obrigado a abandonar o trabalho na corte; Luiza assume todas as responsabilidades da casa e dos negócios do marido. Outro golpe de dor! O Sr. Antônio Le Grás falece, com 45 anos de idade, no dia 21 de dezembro de 1625. Luíza fica viúva com 34 anos. A Missão Aconselhada pelo bispo de Belley, conheceu o Pe. Vicente de Paulo, homem de aspecto rude, modos simples porém de caráter firme e bondade extremada. “Jamais devemos perder de vista o divino modelo! É preciso ver Jesus Cristo no pobre, e ver no pobre a imagem de Cristo!” Foi o primeiro conselho de Pe. Vicente a Luíza de Marillac. Luiza encantava-se com a vida e missão de Vicente de Paulo. Seu filho Miguel Antônio inicia estudos no seminário e ela vai morar numa casa alugada. Luíza vai ao encontro das damas nobres da sociedade e com elas vai formando um grande exército de voluntárias. Foi nesse período que Pe. Vicente e Luíza fundaram as confrarias da caridade. Luiza passou a orientá-las sob a direção de Pe. Vicente. Muitas jovens desejavam unir-se as damas das confrarias da caridade. Luiza acolhia e instruía a todas, em sua casa na rua São Vitor. Em novembro de 1633, Pe. Vicente dá um novo sentido as damas. Inicia-se assim a companhia das filhas da caridade, fazendo votos de pobreza, obediência e castidade. As filhas da caridade visitavam os presos, atendem os idosos desamparados, crianças abandonadas, etc; o campo de ação era vastíssimo. Sabe-se que o estado sanitário do povo naquela época era precário. As pestes e epidemias eram freqüentes e mortais. As filhas da caridade eram só dedicação aos mais sofridos. As crianças abandonadas eram levadas por Luiza para os cuidados em famílias ricas. Luiza iniciou um processo de guarda e futuras adoções para uma infinidade de órfãos. Luíza visitava as casas para conhecer a realidade dos futuros pais das crianças. Luiza de Marillac, incansável guerreira do amor e da caridade, fez da sua vida um peregrinar pelas ruas de Paris e do mundo, sempre amparando, alimentando, instruindo e confortando os menos favorecidos. Seu filho tornou-se advogado sempre trabalhando para o bem comum. As filhas da caridade estão espalhadas pelo mundo inteiro, servindo em hospitais, asilos, escolas, abrigos para menores, sanatórios, etc. Sempre levando o amor e o testamento de São Vicente de Paulo e Santa Luíza de Marillac. No dia 15 de março de 1660, com 69 anos, Luiza de Marillac despede-se de suas irmãs e de sua vida dizendo: “Sejam muito cuidadosas, minhas filhas, com serviço aos pobres.” São Vicente, já muito idoso, não pôde comparecer ao enterro de Santa Luiza. Ele veio a falecer em 27 de setembro do mesmo ano. “Sabeis que os pobres são os nossos senhores e mestre e que devemos amá-los com ternura e respeitá-los profundamente” Santa Luiza de Marillac. Que o exemplo de amor e doação de Luiza de Marillac nos inspire na prática do bem e nos ajude a alcançar a bem-aventurança. Santa Luiza escolheu defender a vida desde a concepção acolhendo mães solteiras e gestantes pobres, até enfermos e idosos!

Escolhe, pois, a vida você também!

Paz e Bem!

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